Na Synthase Impact Ventures, executivos investem tempo e dinheiro em empresas que buscam resolver ou minimizar problemas socioambientais


Investir em negócios com potencial de – é claro – dar retorno financeiro, mas que fundamentalmente sejam instrumentos para a melhora da sociedade e do planeta. Esse é o pilar da holding de investimentos de impacto Synthase Impact Ventures, empresa alinhada aos valores da nova economia.
Em seu portfólio, já estão a fintech Jeitto, que trabalha com inclusão financeira por meio de microcréditos, e a edtech Redação Online, a qual faz uso de inteligência artificial para otimizar a correção de redações segundo os critérios do Enem.
Fundada em 2019, a Synthase tem como um de seus principais diferenciais a participação ativa do corpo de investidores. À frente da operação figuram os sócios-fundadores Claudio Neszlinger e Rodrigo Hlavnicka, que contam com o apoio de Daniel Prianti, também sócio-fundador e membro do conselho, além de um seleto grupo de executivos – diretores e C-Levels de companhias como Microsoft, Salesforce, Coupa Software e AXA.
São profissionais com vivência em diferentes áreas. Em comum, carregam o desejo de contribuir para a construção de um mundo mais sustentável e inclusivo. “Montamos um grupo heterogêneo comprometido em dedicar parte de seu expediente à Synthase e suas investidas. Esse coletivo de experiências é muito rico para o empreendedor que está começando seu negócio”, diz Neszlinger.
O executivo acumula passagens por empresas como Dentsu Aegis, Microsoft e Unilever. Sua trajetória inclui, ainda, a participação em conselhos diversos, como o consultivo da 99Jobs e o gestor do Parque Ibirapuera.
A busca por investidores de perfis distintos tem razão de ser. Se para um fundo de venture capital tradicional o smart money (quando o “anjo” investe não só capital financeiro, mas intelectual, compartilhando conhecimentos e contatos) é um valor agregado importante, para um veículo de impacto, como a Synthase, é fundamental.
Ao se associar à holding, o investidor precisa fornecer seu tempo, participando de reuniões estratégicas e mentorando as startups investidas. Para se lançar na empreitada, cada um dos investidores desembolsou R$ 250 mil.
“Numa empresa de investimentos de impacto, como a nossa, a união entre o aporte de capital e a dedicação pessoal de algumas horas de trabalho é uma fórmula poderosa”, afirma Hlavnicka.
Com o volume captado entre os sócios, a Synthase planeja investir em cerca de oito startups até o final de 2021. Em média, os aportes vão de R$ 500 mil e R$ 1 milhão. A holding costuma investir em parceria com fundos de venture capital, em rodadas maiores de empresas já com alguma maturidade, a partir do estágio Seed.
Não são poucos os interessados em receber essa força, por assim dizer. Mas será que qualquer startup com discurso engajado e soluções voltadas para a inclusão financeira, educação, saúde e meio ambiente pode atrair as atenções da Synthase? A resposta é não.
“Muitas vezes encontramos startups que geram um impacto socioambiental marginal, ou seja, a causa não é a principal motivação. Isso não é suficiente”, explica Neszlinger. “Buscamos empresas que tragam em seu DNA a missão do impacto. Para nós, trata-se de um ponto fundamental e inegociável”, completa.