Tudo dentro do esperado.
O Banco Central aumentou, ontem à noite, a Selic, taxa de referência do mercado brasileiro, em 1,50%, de 7,75% para 9,25% ao ano.
No comunicado resumido fica a mensagem nítida de que poderemos ter mais um aumento da mesma magnitude já na próxima reunião, no início de fevereiro de 2022, o que levaria a Selic para 10,75% ao ano.
“O Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.”
Esse processo de alta começou em março deste ano (a Selic estava apenas a 2% ao ano), com a intenção de debelar a alta de inflação, que acordou no fim do ano passado e deve encerrar este ano acima de 10% a.a.
O gráfico abaixo mostra a inflação de 12 meses ao longo dos últimos 3 anos aqui no Brasil, juntamente com a taxa Selic realizada.


Mas, olhe só, esse cenário não é exclusivo do Brasil.
Se o começo da pandemia causou uma queda abrupta na demanda de muitos produtos, a consequente recuperação das economias no fim de 2021 causou uma disrupção nas cadeias produtivas pelo mundo todo.
Petróleo e preços de energia em alta? Retomar a produção e os investimentos demora algum tempo. Isso explica em boa parte os preços recordes que você vê nos postos de gasolina.
Falta de chips e carros novos com ágio nas concessionárias? Retomar a produção e os investimentos demora algum tempo. Foi o que aconteceu com o setor de chips, por exemplo, e explica em boa parte o recorde de preço e agitação no mercado dos carros usados.
Eu poderia continuar essa lista infinitamente. E, de novo, ela vale para o Brasil, para os EUA e para muitos outros países do mundo.
Verdade, é claro, nós sempre temos nossas “jabuticabas”. A tensão política em Brasília e a discussão recente dos precatórios e do teto dos gastos ajudam a dar contornos únicos à situação brasileira.
Mas meu ponto aqui é que mundo todo convive com a expectativa de alta de inflação.
O gráfico abaixo mostra a inflação de 12 meses ao longo dos últimos 3 anos nos EUA, juntamente com a taxa dos Fed Funds (a Selic americana). Verdade que o processo de alta de juros nos EUA ainda deve demorar alguns meses para começar, provavelmente no segundo semestre de 2022, após o fim do processo de compras de ativos por parte do Tesouro Americano (tapering).


Mas o que isso significa?
O mercado financeiro já sente alguns efeitos desse movimento. Bolsas aqui e lá fora já reagem à percepção do custo de oportunidade por parte dos investidores. Isso ajuda também a explicar o resultado dos fundos no mês passado. Falando nisso, Kiki e eu gravamos um vídeo sobre o assunto. Os fundos já sofrem com esse efeito.
Olhando os números da indústria de investimentos em novembro, dá para ver claramente um fluxo de recursos saindo dos fundos mais arrojados para a Renda Fixa.
Natural que muitos investidores pensem duas vezes antes de investir mais recursos em Bolsa ou outros ativos de risco e deem preferência ao sossego da Renda Fixa.
Esse mesmo investidor, de certa forma, foi “forçado” a buscar retornos atraentes em ativos de risco ao longo dos últimos anos, sem necessariamente estar pronto ou ter “estômago” para encarar os altos e baixos de ações, FIIs, multimercados ou criptomoedas.
Uma análise superficial dos processos de suitability, no qual o perfil do investidor é definido, já mostra isso. Nos últimos anos, tivemos uma enxurrada de investidores mais arrojados. Aqui na Vitreo também vimos isso: 53,8% têm perfil moderado, impressionantes 45,2% da base de clientes tem perfil arrojado e apenas 1% tem perfil conservador…
Sinal claro de que, na procura por retornos mais atraentes, os investidores esticaram a corda um pouco. E agora estão voltando a olhar as oportunidades na Renda Fixa. Se, no início do ano, investir em CDI rendia “nada”, apenas 2% a.a., agora já rende quase 10%.
O gráfico abaixo mostra a curva de juros no Brasil em 3 momentos distintos: no início do ano (cinza), há 1 mês (laranja) e atualmente (azul). Oportunidades de ganhar entre 4% a 6% ao ano deram lugar à oportunidade de ganhar de 10% a 12% ao ano.


Entendeu agora por que se tem falado tanto sobre Renda Fixa? Eu mesmo falei sobre isso no Diário de Bordo de duas semanas atrás. E aqui na Vitreo temos feitos várias campanhas com oportunidades de investimento em Renda Fixa e no Tesouro Direto.
Você vai perder essa oportunidade?
Metaverso
Nas últimas semanas, um dos assuntos mais comentados relacionado ao mundo digital é o Metaverso.
Foi até matéria no Fantástico do último domingo.
E olha que eu não estou falando do aguardadíssimo novo filme do Homem-Aranha…
Você sabe o que é Metaverso? Sabe como sua vida já está mudando por conta disso? E, mais do que isso, sabe como você pode buscar ganhar dinheiro com isso?
Se a sua resposta foi um triplo NÃO, ótimo!
Porque a gente preparou uma série de vídeos que vão ao ar amanhã, dia 10, explicando tudo que você precisa saber. Clique aqui.
Ah, inclusive gravei um vídeo falando um pouco mais sobre o assunto. Confira aqui.
Prateleira de Fundos
A semana foi focada nos lançamentos de fundos internacionais.
Da gestora comandada por Howard Marks, o Oaktree Global Convertible Bonds BRL FICFIM IE e o Oaktree Global Convertible Bonds USD FICFIM IE são fundos focados em comprar bonds conversíveis, que possuem potencial de valorização similar ao de ações e à proteção de renda fixa em momentos de baixa do mercado acionário.
Também lançamos o WHG Retorno Absoluto FICFIA IE, o WHG Global Opportunities BRL I FIA IE e o WHG Global Opportunities USD I FICFIA IE, que são da WHG, gestora formada por ex-diretores do Credit Suisse. A equipe de gestão conta com Andrew Reider, ex-verde, Daniel Gewehr, ex-Santander, e Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central.
Vale lembrar que esses e outros produtos possuem cashback na Vitreo, e você pode aproveitar desse benefício tanto em portabilidades como em novos aportes.
Antes de investir, não deixe de ler o regulamento do fundo e seus fatores de risco e verifique se o investimento está em linha com o seu perfil. E não se esqueça que não há garantia de retorno e retornos passados não garantem retornos futuros.
Leia o Diário de Bordo na íntegra: clique aqui.