Em 2020, foram concretizados 16 negócios no setor. Mercado segue aquecido neste ano, mostra levantamento da RGS Partners


A aquisição de provedores regionais de acesso em banda larga por empresas de telecomunicações de maior porte, em meio a uma demanda crescente e generalizada por internet de alta velocidade, tem sido um dos principais fatores de estímulo a esse mercado no Brasil.
Segundo levantamento inédito da boutique RGS Partners, especializada em fusões, aquisições e captação de recursos no Middle Market, no ano passado foram concretizados 16 negócios na área, melhor resultado da década. E, em 2021, o mercado de telecomunicações do país segue aquecido, com nove transações registradas de janeiro a maio.
Para Fábio Jamra, sócio da RGS, a pandemia de Covid-19 acentuou a necessidade das pessoas por banda larga e criou um cenário propício para desencadear a consolidação do segmento. Esta foi impulsionada por companhias pequenas, que cresceram regionalmente e pouco a pouco se tornaram alvo de aquisição por grupos maiores.
“Falta infraestrutura de banda larga em cidades pequenas e médias do interior. As grandes empresas de telecom não promoveram investimentos suficientes nos últimos anos para fazer frente a essa carência, o que abriu espaço para empresas médias acessarem capital de fundos de investimento”, diz ele. “Capitalizadas, estabeleceram um plano mais arrojado de expansão por meio de aquisições.”
Os dados do Brasil também refletem o cenário de fusões e aquisições mundo afora: no ano passado, foram promovidas 430 transações, a melhor performance desde 2015. O volume de recursos transacionados, da ordem de US$ 182 bilhões, representa o segundo maior montante da década, superado apenas pelos US$ 216 bilhões de 2013.
A Europa responde pelo maior número de negócios concluídos nos últimos dez anos, com 46%. Em volume de recursos financeiros, há um equilíbrio – o continente europeu aparece com 36%, enquanto Estados Unidos e Canadá somam 37%.