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Will Alves: Apesar do receio com inflação, mercado renova máximas

Tudo o que você sempre quis saber sobre o mercado americano nesta semana, mas tinha medo de perguntar  

Por William Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities

Tudo o que você sempre quis saber sobre o mercado americano nesta semana, mas tinha medo de perguntar  

Apesar do receio com o “Sell in May and go away” e do susto da primeira quinzena do mês, os mercados americanos caminham para encerrar o mês de maio perto das máximas históricas, novamente.  

Apesar do receio com inflação, mercado renova máximas 

Em linhas gerais, vimos o mercado ser surpreendido com dados de inflação acima do esperado ao longo do mês, e isso gerar um certo frenesi temporário no mercado, o que levou os índices a acumularem alguma queda durante os primeiros dias do mês – vide gráfico abaixo do S&P 500.  

Mas a verdade é que, conforme tenho comentado aqui, a recuperação segue “on track”, apesar de um ou outro indicador macroeconômico eventualmente surpreender de maneira negativa. Nesse sentido, vejo como normal e até saudável uma desaceleração do ritmo de atividade evitando maiores gargalos de produção, e isso também acaba por ajudar a reduzir os receios com inflação. Em relação a isso, apesar de todas críticas e discussões sobre o tema, o que vimos nos últimos dois meses foi uma acomodação da curva de juros de dez anos nos EUA – vide gráfico abaixo. Isso quer dizer que, apesar de se falar muito em inflação, o mercado parou de apostar em aumentos mais expressivos de juros.  

Calmaria?  

Junto a isso, o nível de volatilidade agregada do mercado seguiu em queda, atingindo patamares bastante baixos e próximo aos níveis pré-pandemia. O mundo parece viver uma certa calmaria econômica e política com as economias desenvolvidas se recuperando – vide o gráfico abaixo, que mede Global Uncertainty Index. E isso ajuda os ativos de risco e, consequentemente, a sustentar o mercado nas máximas.  

Não por acaso, entre os 10 índices de melhor performance no mês de maio, temos: Vietnã (HNX30), Polônia (WIG20), Rússia (RTSI), Hungria (Budapeste SE), China (A50) e até o Ibovespa brasileiro. Em momentos de calmaria, o mercado busca retornos em diferentes lugares e isso abre espaço para boa performance de alguns emergentes.  

Vale lembrar que:  

Resultados ajudam a puxar.  

Fora isso os resultados das empresas trouxeram mais surpresas positivas do que negativas. Não por acaso, após tais resultados, o que temos visto é uma enxurrada de atualizações de modelos e um aumento de projeções de lucros para o próximo trimestre. Em outras palavras, o mercado errou subestimando a recuperação e agora ajusta as expectativas de lucros. O gráfico abaixo mostra a evolução dessas expectativas. No último dado, temos que o mercado espera um crescimento de lucros de forma agregada de 55% no segundo trimestre de 2021 frente ao mesmo trimestre de 2020 – duramente impactado pela pandemia.  

Fonte. 

E pra acabar, olha que interessante… 

Nesse cenário em que os índices estão nas máximas, e as empresas mais conhecidas também parecem esticadas, cabe ao investidor não se acomodar e buscar outras alternativas, levando em conta que o mercado americano possui mais de 6000 ativos! Estudo da Richard Berstein Advisors mostra que ações menos acompanhadas por analistas tendem a performar melhor. A cobertura de analistas acerca do mercado é uma medida da “negligência” do mercado para certas ações e setores, e pode ser um indicador interessante. A tese é que as ações mais cobertas pelo mercado o são porque os bancos de investimentos têm interesses por trás, tais como realização de deals, M&A, emissões de dívida etc. Como consequência, cria-se um universo de ações menos cobertas por analistas e menos acompanhadas pelo mercado, nas quais você pode encontrar boas assimetrias.  

O gráfico abaixo do research da Meril Lynch destaca o desempenho relativo dessas ações “negligenciadas” pelo mercado, mostrando que tiveram um desempenho superior dos anos 2000 pra cá.  

E onde estão essas ações menos acompanhadas? No universo de ações Small Caps. O gráfico abaixo compara o número de analistas que cobrem as empresas mais conhecidas – tech’s e FAANG – com as empresas do Russell 2000, que é um índice de 2000 small caps americanas. 

 

DAILY STOCKS  

E também por isso, começamos o Daily Stocks. Como Peter Lynch nos ensina, devemos investir naquilo que conhecemos. Então que tal a cada dia conhecer uma nova empresa? Criar repertório para ampliar sua capacidade de diversificação? Pois bem, essa é a proposta do Avenue Daily Stock. Acessa e te cadastre para receber:  

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 LEITURAS INTERESSANTES… 

  • Empresas de petróleo abandonando o petróleo? É isso mesmo que você leu! Em meio ao que muitos chamam de novo superciclo de commodities, grandes empresas parecem se mover para fora do setor. A primeira a fazer isso foi a inglesa BP (leia mais sobre). Nesta semana tivemos a Shell sofrendo uma derrota na corte holandesa, a qual requisita que a empresa corte emissões de CO2 – confira. Além disso, investidores ativistas solicitando que a Exxon adote planos para abandonar o outrora chamado de ouro negro – leia mais sobre. E nessa mesma linha, investidores da Chevron também votaram a favor da empresa reduzir emissões – clique e confira.  
  • Resumo de resultado. Em época de balanços, sempre temos muitas movimentações nas ações. Analisar um balanço pode não ser uma coisa trivial nem simples, mas o site AlphaStreet faz um resumo bem visual que facilita a vida. 
  • De olho na saúde? O site GuruFocus traz dos bons artigos sobre duas empresas do setor de saúde, a CVS e a AbbVie. Clique aqui para ler sobre a CVS e aqui para ler sobre a AbbVie.  
  • Ouro e Bitcoin. Seria o ouro um bom preditor para o Bitcoin? Para Michael O’Rourke, chief market strategist da JonesTrading, sim. Mas ele se refere ao caminho percorrido pelo ouro na década de 70. Clique aqui e entenda.  
  • Resultados de forma resumida. O site AlphaStreet traz uma série de infográficos dos resultados das empresas. Uma forma fácil, simples e direta de “ler” os resultados das empresas. Confira.  
  • Onde os influencers são mais influentes. Estudo do Statista mostra que, quando o assunto é a influência dos influencers, o Brasil se destaca como hub para eles. Clica e descubra.  

Até semana que vem. 

William Castro Alves