Consigo compreender alguém que, acuado pelo fogo, em desespero, salta para a morte, fugindo da própria morte
Por Jojo Wachsmann, sócio-fundador e CIO da Vitreo
Não trago nenhuma novidade no Diário de Bordo de hoje. E a essa altura, você já deve ter lido muito sobre o assunto escolhido. Mas confesso que não poderia sequer pensar em outra coisa para escrever esta semana.
As imagens do desespero das pessoas no aeroporto de Cabul, tentando fugir do Afeganistão, são impressionantes.
A desgraça que estamos assistindo é mais um capítulo triste na história das disputas étnicas da região alimentadas pelos interesses geopolíticos das potências mundiais. Hoje são os EUA. Antes deles, a Rússia, o Império Britânico. Amanhã a China, quem sabe.
Você já parou para pensar no grau de desespero que leva uma pessoa a arriscar a sua vida?
Um comentário do Ricardo Amorim no Instagram sobre essas imagens, comparando-as com as cenas dos ataques às Torres Gêmeas no atentado de 2001, chamou minha atenção.
Sem qualquer intenção de comparar desgraças, consigo compreender alguém que, acuado pelo fogo, em desespero, salta para a morte, fugindo da própria morte.
Mas o que vimos no Afeganistão são pessoas voando para a morte, fugindo da expectativa do que será a vida delas sob domínio do Talibã. É o medo do que vem pela frente, pânico do que o futuro lhes reserva.
Em meio a tantas vítimas, as mulheres parecem ser as mais condenadas.
O novo governo historicamente não as respeita e ameaça com um retrocesso nos direitos universais do ser humano, tais como liberdade e expressão.
Uma história que exemplifica isso é o drama das “Sonhadoras Afegãs”, um grupo de meninas de 12 a 18 anos que participa de competições internacionais de robótica.
De acordo com a reportagem que li, as meninas estavam no aeroporto de Cabul, tentando fugir do país, para um lugar onde possam continuar a estudar e construir seu próprio futuro.
Permanecer, contudo, significará um futuro diferente e terrível. As universidades de Herat, sua província de origem, já não as querem de volta. O medo maior delas é de serem transformadas em crianças noivas.
O grupo foi formado a partir das aulas de STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics). A mesma aula que meus filhos tiveram na escola…
Minha reação instantânea foi perceber como não damos valor ao que temos.
Por aqui, nossos filhos reclamam das aulas, e nem em pesadelo, consideram a hipótese de terem seus sonhos e futuro roubados.
Como é possível, simultaneamente, conviver com situações tão distintas em um mundo digital que torna tudo tão próximo?
Quanto tempo vai demorar para esquecermos do Afeganistão e voltarmos a nos ocupar com as confusões que nossos representantes nos três poderes estão fazendo em Brasília? Ou com a alta da inflação americana?
Eu poderia ter escrito um Diário de Bordo inteiro falando do vai e vem dos preços dos ativos nesta semana.
Mesmo com o medo das notícias geopolíticas, o S&P 500, que abriu a semana em queda, bateu novos recordes na própria segunda-feira (são quase 50 este ano). Ontem caiu 1%, em reação à ata do Fed, que indicou uma diminuição iminente do programa de recompra de ativos.
Enquanto por aqui o Ibovespa caía quase 4% na semana até ontem, refletindo o risco político e a fragilidade fiscal. No nível atual (116 mil pontos), o Ibovespa negocia hoje em um patamar de múltiplos semelhante ao do início da pandemia ou da crise financeira global em 2008!
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