Seguidas por milhões de pessoas e capazes de influenciá-las, celebridades têm o condão de alterar a rota de ações na Bolsa
Todo mundo que está no planeta Terra tomou conhecimento: dias atrás, Cristiano Ronaldo protagonizou uma cena, digamos, curiosa. Assim que se sentou para participar de uma coletiva de imprensa na Eurocopa, o jogador português moveu para longe duas garrafas de Coca-Cola – patrocinadora do evento – que repousavam sobre a mesa, a fim de, é claro, serem vistas pela audiência. Ato contínuo, levantou uma garrafa de água e disse “água!”.
Coca? ❌ Água ✅
— Goal Brasil (@GoalBR) June 15, 2021
Cristiano Ronaldo defende alimentação saudável até na hora da entrevista 💪 pic.twitter.com/jKTGtDUlbO
A atitude provocou risos em parte daqueles que ali estavam, viralizou e foi bastante além: depois dela a Coca-Cola perdeu US$ 4 bilhões em valor de mercado na bolsa de valores de Nova York.
Seguido por 304 milhões de pessoas no Instagram, CR7 não é o primeiro nem será o último famoso a estar no centro de algo do tipo. Confira outros cinco episódios em que celebridades foram ou teriam sido responsáveis por oscilações no mercado de capitais.
Elon Musk x Clubhouse
Com seus comentários, ora elogiosos, ora críticos, o CEO da Tesla já alterou, mais de uma vez, o curso natural do Bitcoin. Mas em fevereiro deste ano ele movimentou outro tipo de ativo – e de forma não proposital.
Musk foi um dos principais entusiastas do Clubhouse, rede social que empolgou geral nos primeiros meses de vida. Logo após entrevistar por lá o CEO da plataforma Robinhood, Vlad Tenev, os papéis da Clubhouse subiram 83%.


O “detalhe” é que não foram os do aplicativo de áudio, e sim os de uma homônima, Clubhouse Media Group, focada na área de saúde. Pouco depois do ocorrido, um porta-voz da companhia afirmou não ter ideia do porquê da elevação.
Kanye West x GAP
Kanye West surgiu como “salvador da pátria” para a marca de roupas GAP. Num momento marcado pelo fechamento de lojas e queda nas vendas, ela anunciou uma parceria de dez anos com a grife do rapper, a Yeezy. Foi em junho do ano passado. Resultado: a “boa nova” fez com que as ações da empresa subissem 30% na bolsa da cidade que nunca dorme.
Kylie Jenner x Snapchat
Ao que parece, impactar ações de empresas é coisa de família. Kylie Jenner, ex-cunhada de Kanye (foi casado com Kim Kardashian por sete anos), usou sua conta no Twitter para apontar o “sumiço” do aplicativo Snapchat.
“Então, ninguém mais abre o Snapchat? Só eu… Que triste isso”, escreveu ela, uma das celebridades mais influentes do mundo. Só no Twitter, rede desse post, Kylie soma quase 39 milhões de seguidores.
O que aconteceu? O valor das ações do Snapchat caiu mais de 6% na bolsa de Wall Street – algo em torno de US$ 1,3 bilhão.
sooo does anyone else not open Snapchat anymore? Or is it just me… ugh this is so sad.
— Kylie Jenner (@KylieJenner) February 21, 2018
Colin Kaepernick x Nike
O jogador de futebol americano Colin Kaepernick ganhou os holofotes quando, durante a execução do hino dos Estados Unidos, antes do jogo entre seu time, o San Francisco 49, e o Green Bay Packers, em 2016, se recusou a ficar de pé, permanecendo ajoelhado.
Feito como forma de protesto contra a violência policial e o racismo no país, o gesto, repetido em várias partidas e por outros atletas, foi criticado por Donald Trump e culminou num boicote a Kaepernick.
Depois, a Nike o chamaria para estrelar uma campanha em comemoração aos 30 anos do slogan “Just do It”. O primeiro reflexo do mercado foi negativo: as ações da gigante esportiva caíram mais de 3%. Após dez dias, porém, o papel teve a maior alta de todos os tempos, chegando a US$ 83,47.
Believe in something, even if it means sacrificing everything. #JustDoIt pic.twitter.com/SRWkMIDdaO
— Colin Kaepernick (@Kaepernick7) September 3, 2018
Thammy Miranda x Natura
Sim, habemus brasileiro nesta lista: Thammy Miranda, que, em 2020, participou de uma das campanhas da Natura sobre o Dia dos Pais. O ator recebeu ataques transfóbicos e a marca, ameaças de boicote. Na bolsa, contudo, o resultado foi positivo. A ação subiu 6,73% na Ibovespa.