Responsável pela primeira moto elétrica do Brasil, empresa utilizará o capital para se expandir e exercer protagonismo na nova cena da mobilidade


Desde que lançou o modelo EV1, a primeira scooter elétrica concebida no Brasil, em novembro de 2019, a Voltz vem se consolidando como referência nacional em seu segmento. A empresa já vendeu mais de 4 mil veículos no país e pretende neste ano quintuplicar sua receita operacional.
A inovação, os números até aqui, o potencial de crescimento e a preocupação ambiental formam um combo com grande potencial de atrair investidores. E atraiu.
Nesta segunda-feira, a startup pernambucana deu mais uma demonstração de força dentro do ecossistema da mobilidade elétrica. Anunciou ter recebido um aporte de R$ 100 milhões. A rodada de investimento foi liderada pela Creditas e teve a participação do UVC Investimentos, fundo de venture capital do Grupo Ultra, dono de marcas como Ipiranga, Ultragaz e Extrafarma.
“Com o aporte, agora poderemos executar planos essenciais para alavancar nosso crescimento”, diz Renato Villar, fundador da Voltz. Os recursos serão direcionados à inauguração de lojas-conceito por todo o Brasil, ao lançamento de modelos, à criação de projetos de conectividade com os clientes e à ampliação da produção.
Cerca de 10 milhões terão como destino a instalação de uma fábrica no Polo Industrial de Manaus (PIM), a qual deve começar a operar ainda em 2021 e gerar cerca de 500 postos de trabalho. A expectativa inicial é de que sejam produzidos no local 15 mil veículos por mês. “A iniciativa reafirma nosso objetivo de ter uma produção completamente brasileira. Por lá, vamos fazer uma série de peças, como pedais, retrovisores, pastilhas, discos de freios, entre outros”, afirma Villar.
Inspirada na Tesla, de Elon Musk, a Voltz aposta na inovação tecnológica e considera que a mobilidade elétrica é a próxima grande revolução no transporte, com automóveis mais inteligentes e menos poluentes. Exemplo de sua vocação para romper padrões, a startup vende exclusivamente por canais digitais — o consumidor seleciona o produto que deseja, escolhe as configurações de que precisa e efetua o pagamento. Depois, basta esperar a entrega em casa. A operação é inédita entre as companhias do setor.
Para aumentar a autonomia, todos os veículos podem ser equipados com duas baterias. Elas são portáteis e carregáveis em qualquer tomada. A carga completa costuma levar até 5 horas. Em sua configuração mais potente, a scooter EV1 consegue rodar 180 km e chega a 75km/h. A moto EVS roda o mesmo e atinge 120 km/h. Importante: a preocupação com ficar sem bateria é atenuada por serviços via aplicativo, que monitoram inúmeras variáveis visando a evitar a pane seca. A conectividade permite rastreamento em tempo real, identificando roubos ou até se o piloto se envolveu em algum acidente e precisa de atendimento.
No futuro, a rede de postos Ipiranga deverá contar com pontos de recarga e showrooms da Voltz. Essas possibilidades de parceria também influenciaram na decisão do UVC de injetar os R$ 5 milhões na startup. Já a Creditas aportou R$ 95 milhões de olho no papel fundamental do crédito no comércio de motocicletas no Brasil. “Este investimento que fizemos confirma nossa tese de que a inovação em serviços financeiros precisa estar intimamente ligada com a inovação tecnológica e a migração de motores de combustão para elétricos”, diz Sergio Furio, fundador e CEO da fintech.
E os planos da Voltz para ganhar mercado não param por aí. Ela pretende ir além dos consumidores que utilizam seus produtos para fins pessoais. Tendo observado o crescimento do delivery, vai lançar até setembro o modelo EVS WORK. Preparada para o uso profissional, a moto oferece maior autonomia de bateria para que os trabalhadores consigam realizar suas entregas.
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